Osteopenia e osteoporose: devo me preocupar?
Osteopenia e osteoporose são condições relacionadas à diminuição da densidade óssea e consequentemente tornam o osso mais frágil. Estas duas situações são de extrema importância uma vez que aumentam substancialmente o risco de fraturas. Tanto a osteoporose quanto a osteopenia são condições frequentes na população geral e sua incidência aumenta com o avançar da idade, porém determinados indivíduos apresentam um risco ainda maior.
É fundamental mencionar que tanto a osteopenia como a osteoporose são assintomáticas. Isto quer dizer que apesar dos ossos dos pacientes se tornarem mais frágeis, eles não sentem dor ou qualquer outro sintoma. Muitas vezes só é feito diagnóstico após uma fratura. Percebe-se, portanto, a importância de se investigar e tratar precocemente a osteoporose.
Qual a diferença entre osteopenia e osteoporose?
Apesar de ambas se referiram à diminuição da densidade do osso (figura 1), a diferença entre a osteopenia e a osteoporose está na gravidade da perda óssea, sendo que a densitometria é fundamental para o diagnóstico (tabela 1).
Assim, podemos dizer que a osteopenia é um estágio precursor da osteoporose. Entretanto, devemos lembrar que um paciente com densitometria compatível com osteopenia e que já apresentou uma fratura por fragilidade do osso, deve ser automaticamente diagnosticado como portador de osteoporose.
A osteoporose corresponde então a um estado de maior fragilidade óssea. Mas há um dado importante: a maioria das fraturas ocorre em paciente com osteopenia! Isso acontece pois a osteopenia é uma condição muito mais frequente do que a osteoporose. Por isso, o diagnóstico de osteopenia deve ser sempre valorizado e tratado.

Figura 1: à esquerda, osso com trabéculas e massa óssea normais. À direita, osso com trabéculas finas e redução de massa óssea, resultando em maior fragilidade.
T score | Diagnóstico |
---|---|
≤ – 2,5 | Osteoporose |
< – 1,0 | Osteopenia |
≥ -1,0 | Normal |
Quais as complicações de quem tem osteopenia ou osteoporose?
As duas condições estão relacionadas à fragilidade do osso. Por isso, estes pacientes apresentam uma incidência maior de fraturas, mesmo com traumas leves e corriqueiros. Os principais locais de fratura por osteoporose são o fêmur, a coluna, o úmero e o rádio (osso do punho).
Sobretudo em pacientes idosos, estas fraturas podem ter sérias implicações clínicas como perda de mobilidade, risco de trombose, comprometimento da massa muscular, limitação do autocuidado e dor crônica. Além disso, n a coluna vertebral, as fraturas em pacientes com osteoporose podem gerar deformidades como cifose e escoliose.
Fatores de risco para osteopenia e osteoporose
Os principais fatores de risco são:
- Idade (principal)
- Sexo feminino, principalmente após a menopausa e diminuição hormonal
- Pele clara
- Magreza
- Baixa ingesta de cálcio
- Baixas taxas de Vitamina D
- História familiar de osteoporose ou fratura de quadril
- Uso de corticoide, anticonvulsivantes, inibidores da aromatase, dentre outros
- Tabagismo
- Cirurgia bariátrica
- Doenças sistêmicas como DPOC e artrite reumatóide.
Como prevenir a perda de massa óssea?
Há 3 medidas principais para reduzir a perda de massa óssea:
- Manter uma ingesta adequada de cálcio (1000 a 1200mg de cálcio por dia)
- Manter níveis adequados de vitamina D
- Praticar atividade física, especialmente atividades de impacto e exercícios com carga resistida (musculação, pilates, etc)
Como é feito o diagnóstico da osteopenia e da osteoporose?
O diagnóstico é realizado pela densitometria óssea de coluna lombar e fêmur, pois em geral a avaliação óssea destas regiões reflete a qualidade do esqueleto como um todo. Assim, toda mulher após a menopausa deve ser submetida à avaliação de sua massa óssea pela densitometria. Além das mulheres pós menopausa, devem realizar a densitometria óssea: homens acima de 70 anos, adultos com múltiplos fatores de risco para osteoporose, pacientes com fraturas de fragilidade e indivíduos em planejamento de uso prolongado de corticoide.
Como é o tratamento da osteoporose?
O objetivo principal do tratamento da osteoporose é reduzir o risco de fraturas e evitar a perda óssea progressiva. Para isso, são indicados:
- Manter níveis adequados de vitamina D com exposição solar e suplementação, se necessário
- Ingesta adequada de cálcio (Uso diário de leite e derivados, suplementação em alguns casos)
- Atividade física
- Prevenção de quedas
- Medicamentos
De modo geral, os medicamentos apresentam o objetivo de aumentar a densidade óssea ou de evitar a reabsorção (perda) óssea. Os principais medicamentos são o denosumab, ácido zoledrônico, risendronato, alendronato e teripatida.
Os medicamentos podem ser prescritos de diferentes formas, por via oral, subcutânea ou endovenosa. Também podem ser utilizados de forma semanal, mensal, semestral ou mesmo anual. O esquema terapêutico é definido baseado no diagnóstico específico, gravidade, presença de comorbidades e tolerabilidade do paciente.
O tratamento ideal deve ser individualizado e definido após uma avaliação médica criteriosa.
Consulte um endocrinologista
Fonte:
Diretrizes brasileiras para o diagnóstico e tratamento da osteoporose em mulheres na pós-menopausa (https://www.scielo.br/j/rbr/a/p8S8hk4qKxTC6gf45R48zwq/?format=pdf&lang=pt)
Declaração de Posicionamento da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição sobre Consumo de Leite e de Produtos Lácteos e Intolerância à Lactose (http://www.sban.org.br/uploads/Posicionamentos20200710102354.pdf)
Endocrine Society (https://academic.oup.com/jcem/article/104/5/1595/5418884)
FAQ
Para melhorar osteopenia, é necessário ter uma boa ingesta de cálcio, seja pela alimentação ou suplementação de comprimidos. As principais fontes de cálcio são o leite e seus derivasdos. Além disso, é importante manter níveis adequados de vitamina D e fazer atividade física regularmente.
Na grande maioria das vezes, os pacientes não manifestam sintomas. Infelizmente, alguns pacientes só descobrem a osteoporose quando apresentam uma fratura.
Sem dúvida, o principal nutriente para o osso é o cálcio. Assim, os pacientes devem ter uma alimentação rica em leite, queijo e iogurtes. Caso o paciente não tolere esses alimentos, deve indicada suplementação com cálcio.
A osteoporose na coluna está associada a maior incidência de fraturas vertebrais e, consequentemente, dores. Além disso, as fraturas aumentam o risco de deformidades na coluna (cifose e escoliose).